terça-feira, 28 de dezembro de 2010

BOAS FESTAS NO RECIFE

Feliz festas em Recife Com os verdes ramos da ARRUDA e as lindas flores do CAJUEIRO colhidas na VÁRZEA... Desejamos Esperança para todos os que se encontram AFLITOS, e consolo no Amor de Deus ao repicar dos sinos na TORRE anunciando a celebração do Natal! Para as famílias desejamos uma linda CASA AMARELA no CAMPO GRANDE ou, no SÍTIO DOS PINTOS com uma BOA VISTA das montanhas e do PRADO. Um gracioso regato de ÁGUA FRIA correndo em seu quintal, e que também seja uma CASA FORTE como as do Recife Antigo. Que jamais estejamos AFOGADOS em nossas angústias, nem atolados no BARRO lodoso de nossos conflitos, mas que sempre tenhamos a convicção inabalada de MADALENA, para tomarmos a decisão correta na ENCRUZILHADA de nossas vidas e a devida cautela no ESPINHEIRO das nossas dúvidas. Aos que partem, BOA VIAGEM, aos que chegam, a alegria de podermos compartilhar juntos uma NOVA DESCOBERTA nessa aventura da vida, como verdadeiramente DOIS IRMÃOS, após um merecido descanso nas AREIAS brancas à sombra de uma JAQUEIRA ou de um frondosa TAMARINEIRA. Decrete-se, pois, a Felicidade do ALTO DO CÉU já, para que estejamos sempre jubilosos nas GRAÇAS de Deus, com a Fé inabalável no imenso Amor do CORDEIRO. PERNAMBUCANAMENTE QUE TODOS OS RECIFENCES E BRASILEIROS TENHAM MUITA PAZ!!! QUE O BRASIL SEJA UMA PÁTRIA MELHOR PARA TODOS!!!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

AS OBRAS DE SANTO AGOSTINHO


O Centro Cultural Casa da Memória acaba de receber uma valiosa doação do Dr. Ayrton Cardoso, Diretor-Presidente do Grupo SISA / SHOPPING COSTA DOURADA: Dezessete Livros escritos por Santo Agostinho, o maior intelectual da Igreja Católica. São Obras raras e que em breve estarão disponíveis para leitura e consulta da população. O Shopping Costa Dourada vem abrindo importante espaço para a cultura e este ano já aconteceram ali a Exposição fotográfica "UMA CIDADE DE TANTAS HISTÓRIAS", a Exposição do artista plástico LUZARCUS, lançamento do Livro "MARQUÊS DO RECIFE - O MORGADO DO CABO, abrigou reunião especial da ACADEMIA CABENSE DE LETRAS e agora faz a doação das importantes Obras de Santo Agostinho ao Centro Cultural Casa da Memória. Em Janeiro próximo, deverá acontecer no Shopping Costa Dourada o evento SENTIMENTOS POEMADOS, realização de Antonino Oliveira Júnior, com apoio do Shopping e da Academia Cabense de Letras.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

REVOLTADO

Filarmônica XV de Novembro Cabense (1927) - Theo Silva é o segundo, em pé, da esquerda para a direita. Um mulato adolescente.


REVOLTADO
Theo Silva
(1941)
  
Olhando a vida, indiferente a tudo,
Eu vou viver d’agora por diante,
Como um cipreste solitário e mudo
À margem de um riacho soluçante.

Como um grito perdido, bem distante,
Perdido na amplidão do mundo afora,
Eu quero ser de tudo ignorante
E em nada mais acreditar agora.

Viver assim com toda indiferença.
Um pálido sorriso de descrença
Para quem me falar em piedade.

Pois se a vitória da vida é o desdém,
Esse punhal eu saberei também
Cravar no coração da humanidade.

*Theo Silva é um dos Patronos da Academia Cabense de Letras

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

IVAN MARINHO CONSOLIDA NOME NA LITERATURA PERNAMBUCANA


IVAN MARINHO (à esquerda na foto) alagoano de nascimento e cidadão cabense por méritos, está cada vez mais consolidando seu nome no universo literário de Pernambuco. Ainda que tenha ganho concursos nacionais, é em Pernambuco que Ivan Marinho se afirma como um poeta de qualidade indiscutível, circulando seu nome nas rodas da elite poética do Estado.

Nestes dois anos alguns poemas de sua autoria foram contemplados em quatro coletâneas, duas a nivel nacional e duas no estado de Pernambuco.

Primeiro foi o poema Fragmento do Acaso que, após ser selecionado entre os vinte que comporiam a coletânea Solano Trindade do SINTEPE (Sindicato do Trabalhadores em educação de Pernambuco) no ano de 2009, foi selecionado também para Antologia di I Concurso de Poesia Amigos do Livro/ Flipoços (Poços de Caldas - SP) entre 3450 inscritos, figurando entre os quarenta.

Este ano, o poema PROFESSOR EM PERNAMBUCO ficou entre os selecionados para a coletânea do SINTEPE 2010 e os poemas Fragmento do Acaso, Alberto da Cunha Melo e Poesia IV compuseram a antologia PERNAMBUCO, TERRA DA POESIA da Carpe Diem Edições e Produções, organizada por Antônio Campos e Cláudia Cordeiro, Lançado na FLIPORTO 2010, onde se reune poemas de pernambucanos ou imigrantes fixados em Pernambuco desde o século XVI, como Bento Teixeira, de 1550. O livro tem 757 páginas e reune, entre outros, poetas como Carlos Pena Filho, Manuel Bandeira, Ascenso Ferreira, Alberto da Cunha Melo, Jaci Bezerra, Marcus Accioly, Ângelo Monteiro... e o alagoano e cidadão cabense.
POESIA IV foi um dos poemas laureados:


POESIA IV

Ivan Marinho

E se me disponho entre o azul e o tempo
É porque não a tenho e ainda procuro,
Contando dias, horas e minutos
Como quem marca a vida na parede.

Com braços abertos tu me aguardas
E teus olhos me fitam piedosos
E, no instante, dás-me a eternidade
E a certeza de que estás à frente.

Flores que te vestem de perfume.
Águas que derramam teus cabelos.
Passos incontáveis e a distância
Dos lábios abertos para mim.

Quanto mais desejo, menos quero:

Antinomia entre se ter ou ser
Pois, se tenho a ti, o vôo toma as asas
Mas, se sou teu, tu pousarás em mim
Tornando cinzas o que eram brasas.

Ivan Marinho é membro da Academia Cabense de Letras.

LANÇAMENTO DO LIVRO IGREJA X MAÇONARIA

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

MOURA DO PORTAL, TEU LEGADO FOI LEGAL



A cidade do Cabo vem compondo-se a cada dia num novo cenário demográfico

Econômico e cultural. Recebemos famílias inteiras, homens trabalhadores atraídos por um oásis industrial. Boas ou não, todas as oportunidades de empregos, a verdade é que viramos uma verdadeira ímã. Brasileiros de diversas regiões são atraídos em busca da felicidade e do mínimo de conforto e estabilidade.

São novos sotaques, crenças e valores se incorporando ao que chamaremos dentro em breve de o novo Cabo de Santo Agostinho.

Moura foi um desses “imigrantes” que aqui aportou. Paulista, instalou-se como micro empresário no Loteamento Cidade Garapu e logo deixou claro que aqui chegou para fazer trocas. Não apenas a do seu suor pelas grades e janelas que majestosamente, no ofício de ferrreiro, confeccionava, mas como cidadão que compreende seu papel logo quando chega ao mundo, esteja onde estiver, como são os de consciência cosmopolita. Como são os que têm clareza de suas missões.

O vi, o li e o acompanhei em alguns momentos. Sou testemunha do seu compromisso com lutas em defesa dos que mais precisam, e que as vezes apenas precisam apenas de uma voz. Moura foi em muitas ocasiões essa voz que denunciou atos e comportamentos que feriram a vida em seus valores materiais e espirituais. E foi além, participava e se entregava de corpo e alma.

Moura tinha a curiosidade de uma criança, a energia de um adolescente, a sagacidade de um adulto e a serenidade de um idoso, que o fez impar, polêmico, corajoso, denunciante, questionador...

Ele foi um desses novos filhos que enxergou nossa cidade como mulher, como mãe, como Santa Maria de La Consolácion, que merece respeito, defesa e proteção. Agora, entregou seu corpo a nossa terra e sua alma para Deus, sem vácuo, pois que seu legado deixa um exemplo de amor por uma cidade que também aprendeu a amá-lo.

Até breve Moura.

Jairo Lima é membro da Academia Cabense de Letras

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

PAULO ALEXANDRE DA SILVA – Um olhar sobre a poesia social, lírica, existencial


Natanael Lima Jr*

Paulo Alexandre da Silva foi detentor de uma palavra vigorosa e despojada de qualquer retórica formal, rançosa e altissonante: “a palavra que nomeia, a palavra que traduz, a palavra que semeia” – estas foram a munição do poeta.

Foi um poeta engajado, adaptava sua ação às suas ideias, e o fazia cotidianamente. Sempre encarou a poesia como meio de expressão legítima de suas crenças humanísticas, sociais, filosóficas e políticas. Por isso sua voz foi sincera, vibrante e capaz de contagiar o leitor em sua concisão viril e nunca panfletária.

Sua poesia se concentra basicamente em três linhas: nos poemas de temática social, nos de feição lírica e existencial.

A variedade temática que ele abordou na sua intensa produção poética multifacetada, não significou dispersão, mas domínio seguro de um fazer poético que de poema para poema se adensa e se refina. Paulo Alexandre tem assim a singularidade, entre todos os novos poetas do Brasil.

*poeta e membro da Academia Cabense de Letras e da Academia de Estudos Literários e linguísticos de anápolis (GO)

EXPOSIÇÃO SOBRE VIDA E OBRA DE PAULO ALEXANDRE DA SILVA

DIA: 05/11/2010

LOCAL: CÂMARA DE VEREADORES DO CABO DE SANTO AGOSTINHO

HORA: 19h30

EXPOSITOR: NATANAEL LIMA JR

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

OS ESCRAVOS

Um Pensamento Maçônico sobre a liberdade.

É com enorme prazer que escrevo a apresentação deste livro de Antonino Júnior, principalmente, por se tratar de um confrade, amigo e irmão no combate à ignorância, ao preconceito, a injustiça e a corrupção.

Trata-se de uma obra literária, que apesar de ter sido feita em 1971, clama por uma reflexão na questão relacionada aos “escravos”, um tema sempre atual, principalmente se focarmos o grande número de excluídos, que ainda hoje preponderam em nosso país. E, Antonino Júnior mostra de forma bela e poética a sua obra, este texto épico, político, sem se limitar a visões partidárias ou em defesa de políticos, sendo inclusive, perseguido durante os anos de chumbo da Ditadura Militar; hoje mostrando, apesar dos imbróglios atuais, que o homem continua na sua constante luta em busca da liberdade de escolha e de sua autoafirmação.

Um lindo livro, tanto em conteúdo quanto na forma diferente em que foi elaborado para o teatro com poesias harmônicas e simples, porém, de uma profundidade sem precedentes. Através destes recursos poéticos, Antonino Júnior procura reproduzir a oralidade do discurso exaltado das declamações nos palcos. Os versos fazem ressoar e traduzir o constante movimento das forças antagônicas, um verdadeiro deleite.

"Esperar", disse Vandré, "não é saber" e em palavras inspiradas, ele sentenciou: "Quem sabe, faz a hora, não espera acontecer". Antonino Júnior que muito cedo, enveredou pelos caminhos do teatro e da literatura, logo descobriu, que quase não havia material para desmistificar este tema, já tão controverso. Muitos ficaram esperando que alguém resolvesse o problema, Antonino Júnior, porém, “não esperou acontecer”. Foi e fez.

A Loja Maçônica Alvorada da Paz nº 10, do Cabo de Santo Agostinho-PE, sente-se orgulhosa, através da obra do Ir.’. Antonino Júnior, em participar das homenagens que o Brasil com muita justiça, presta ao grande abolicionista e Ir.’. Joaquim Nabuco, no centenário da sua passagem para o Oriente Eterno.

João Sávio Sampaio Saraiva é membro da Academia Cabense de Letras e Venerável Mestre da Loja Maçônica Alvorada da Paz nº 10.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

CID FEIJÓ SAMPAIO

Morreu na madrugada desta quinta-feira (30/09/2010) no Recife (PE), aos 99 anos, o ex-governador de Pernambuco Cid Sampaio. Segundo a assessoria de imprensa do Real Hospital Português de Beneficência, o corpo de Sampaio foi encaminhado, às 6h30, ao cemitério Morada da Vida, em Paulista (PE), onde será velado.

Cid Feijó Sampaio nasceu no Recife, no dia 7 de dezembro de 1910. Engenheiro formado e usineiro iniciou sua vida política através da União Democrática Nacional (UDN), partido pelo qual disputou e venceu as eleições para o governo de Pernambuco em 1958, tendo o apoio de Luís Carlos Prestes e Gregório Bezerra, ambos do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Exerceu o cargo de governador entre 1959 e 1962.

Após o golpe militar de 1964, Cid Sampaio filiou-se à ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e foi eleito deputado federal por Pernambuco em 1967. Em 1978, disputou as eleições para o senado por uma sub-legenda da ARENA, porém não se elegeu. Em 1982, integrando a chapa do PMDB tentou novamente, mas não conseguiu se eleger. Com a morte de Nilo Coelho, em 9 de novembro, Cid Sampaio, assumiu a vaga no senado, ficando até o final do mandato, em 1987.

Como governador, desenvolveu uma campanha em todo o Estado para aumentar a arrecadação de impostos e inibir a sonegação. Notas fiscais eram trocadas por papéis da Coperbo, uma indústria de borracha sintética instalada no Cabo de Santo Agostinho na Região Metropolitana do Recife. A estatal, criada por Cid Sampaio, foi vendida à Petrobrás. Dirigiu várias entidades representativas de empresários pernambucanos, sendo presidente da Federação das Indústrias e do Sindicato das Indústrias de Açúcar de Pernambuco.

Foi presidente da seção Pernambuco da UDN e um dos controladores no Estado de partidos como PL (Partido Liberal) e o PDC (Partido Democrata Cristão).
 
fonte: ALEPE

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

UMA CIDADE DE MUITAS HISTÓRIAS


A foto é da Rua Dr Antônio de Souza Leão.

Uma importante parceria começa a se desenhar entre a Casa da Memória do Cabo e a Fundação Joaquim Nabuco. O Coordenador do Projeto, Antonino Oliveira Júnior anuncia para Novembro uma Exposição intitulada "UMA CIDADE DE MUITAS HISTÓRIAS", já com apoio da Fundaj e, também a parceria com o Shopping Costa Dourada, Supermercados Arco-Íris, ACEC, etc.

Antonino pretende expor todo o acervo da Casa da Memória do Cabo, através de fotos, documentos, objetos, livros, etc., que contam a rica história da cidade, de Pinzón aos grandes empreendimentos de hoje.
 


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

PARA QUEM TEVE A SORTE DE TER VIVIDO O E NO RECIFE...




Não custa nada relembrar!
Para quem viveu o Recife em outros tempos.
Pena que nossas crianças jamais saberão como foi!!!!

ALGUMAS LEMBRANÇAS DAQUELE TEMPO...

- Adorávamos ver avião na mureta do Aeroporto dos Guararapes;

- Comprávamos LP's na "A Modinha" e depois na "AKY Discos";

- Comprávamos roupas na Don Juan e nossas irmãs na ELE e ELA;

- Comíamos filet à Califórnia ou 1/2 "parmé", na Cantina Star, só de madrugada;

- Esperávamos com ansiedade o evento "Vamos abraçar o sol";

- Escutávamos futebol com Ivan Lima na P.R.A.8, Rádio Clube de Pernambuco;

- Assistíamos "Você faz o Show" e "Noite de Black-Tie"...

- Queríamos um Puma, MP Lafer ou Santa Matilde para ir ao "Encontro de Brotos" do Internacional;

- Vimos o Papa no Joana Bezerra;

- Tínhamos medo de Biu-do-Olho-Verde, Galeguinho do Coque, da Perna Cabeluda e do Biu do Alicate;

- Vimos a rainha Elizabeth, num Rolls Royce paraguaio na AV. Boa Viagem, transpirando que nem um calunga de caminhão;

- Jogávamos ovos nos jogos estudantis, nas quadras do: Salesiano e do Nóbrega;

- Natação e Atletismo, claro, no Português e no Derby;

- Nossas namoradas usavam maiôs "engana-papai" e "engana-mamãe" e a gente morria de ciúmes;

- Comíamos "bauru" no Bar do Derby, enquanto os moleques davam um trato em nossos carros com tala- largas e rebaixados;

- Adorávamos ver o peixe-boi na Praça do Derby e os jacarés do parque 13 de Maio;

- Águas Finas e Sete Casuarinas, em Aldeia, faziam parte do circuito;

- Assistimos aos "Globetrotters" e ao "Holiday On Ice" no Geraldão, sem falar em Ray Conniff e Bat Masterson no Clube Português;

- Assistimos "Aeroporto 77" no cinema Moderno;

- No nosso tempo, o Campeonato Pernambucano tinha times como o Ferroviário, o Santo Amaro (Vovozinha), o Íbis, e o América;

- Tomávamos muito guaraná Fratelli Vita e Laranjada Cliper no restaurante Veleiro, em Boa Viagem;

- Tínhamos nosso lado inocente de brincar de Pêra, Uva ou Maçã, às vezes com salada mista;

ALGUNS HÁBITOS DAQUELE TEMPO...

- Jogar boliche no Bola Boliche, na Av. Barão de Souza Leão;

- Fazer uma bomba de cano de PVC no carnaval e perturbar até os outros se irritarem;

- Brincar Carnaval no Corso, na Rua da Concórdia e na Conde da Boa Vista num jipe sem capota ou num Galaxie sem portas, à noite, claro, Internacional ou Português;

- Tomar banho de mar em Boa Viagem (sem tubarão) com bóia feita de câmara-de-ar de caminhão, no posto 4 (quem tinha vergonha ia pro terminal);

- Ir aos sábados às 10 horas para a Sessão Bossa Jovem, no Cinema São Luiz ou para a Joveneza, no Veneza;

- Matinês dos Cines Ritz e Astor, na Visconde de Suassuna vendo filmes como "Love Story", "Uma Janela Para o Céu" e "Um Dia de Sol" (quem diria);

- Festas (que se chamavam ASSUSTADOS) nas garagens das casas, com luz negra e estopa de polimento nas paredes, pra dar efeito "especial", ouvindo "Yellow River","Mandy" ou Elas por Elas Internacional;

- A única bebida alcoólica na época era rum-com-coca ( Cuba Libre);

- Tomar sorvete na Fri-Sabor (perto do Colégio Salesiano), ou na Gemba (mais antiga), até lançaram o Zeca's; - Dançar no Xixi-Girl, da Boate Ferro-Velho em Piedade;

- Assistir ao desfile de 7 de Setembro, na Conde da Boa Vista; >

- Dançar forró na Casa dos Festejos da Torre;

- Lanchar na Karblen, da Rua do Sossego e na Casa Matos, da Rua da Nova;

- Freqüentar a Feirinha da Praça do Entroncamento, os bares Cravo e Canela, Acochadinho (em Olinda), Fundo do Poço, Senzala, Água de Beber, Chaplin, Bar do Ninho também em Olinda e o "Depois do Escuro" na Torre;

- Assistir aos shows no Circo Voador, no bairro do Recife;

- Comer "chocolate peixinho", embrulhado em papel dourado, prateado, vermelho, bala "Gasosa" e

Nego Bom;

- Fumar Du Morrier, o cigarro do Kojak;

- Ouvir o compacto simples Je T'aime (do filme Emanuelle I);

- Tomar Coca-Cola em garrafinhas pequenas, do mesmo tamanho do Guaraná Caçula (Antarctica), Clipper ou Mirinda;

- Fazer pic-nic aos domingos, no Horto de Dois Irmãos;

- Divertir-se nos brinquedos da FECIN (nossa Disneyworld) e escorregar no tobogã da rua da Aurora;

- Passear na lancha da CTU, no rio Capibaribe;

- Os bares e/ou boates Samburá, Zé Pequeno, Eu e Tu e ainda o Las Vegas eram uma farra;

- Baile dos Artistas no Batutas de São José todo mundo gostava (problema era quando começava uma briga

pra descer por aquela escadinha estreita);

ALGUNS LOCAIS DAQUELE TEMPO...

- Casa-Navio, na Av Boa Viagem;

- Os melhores cinemas eram o São Luiz, Moderno, Trianon, Art Palácio e o Veneza;

- Nos bairros, os cinemas também eram comuns, tais como Cine Eldorado (Largo da Paz), Cine Torre, Cine

Rivoli (Casa Amarela), Cine Coliseu (Rosa e Silva), Cine Vera Cruz (Campo Grande),Cine Brasil (Cordeiro),

e o Cine Guararapes (Areias);

- O DETRAN era no Cabanga entre as duas pontes (que por sinal, durante muito tempo só havia uma...);

- A Av. Boa Viagem tinha mão-dupla, desde o Pina. Após o Hotel Boa Viagem, só haviam duas faixas, as

outras duas eram de areia da praia;

- Além da Viana Leal, Mesbla e Sloper valem lembrar da Girafa (O Centro da Moda), das tradicionais Casas

José Araújo (Onde quem manda é o freguês) da Primavera, além da Casa do Mate(o melhor mate batido

com limão, com leite ou com maçã...);

- E a árvore (baobá) na Cons. Portela, ao lado da igreja do Espinheiro, que tombou para sempre ???

- A Liberdade de andar nas ruas livres, soltos, sem temer a violência que hoje toma conta de nossa cidade,

que saudade!

Se você viveu alguma dessas situações acima, não se preocupe, você não está velho...

Você é um felizardo, pois viveu o Recife como ninguém pode fazer mais !!!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

CONDE DA BOA VISTA (Francisco do Rego Barros)

Francisco do Rego Barros, Barão, Visconde e depois Conde da Boa Vista, nasceu no dia 3 de fevereiro de 1802, na cidade do Cabo, no Engenho Trapiche, de propriedade de seus pais Francisco do Rego Barros, Coronel de Milícias e Mariana Francisca de Paula do Rego Barros. Estudou com professores particulares no engenho onde nasceu e desde muito cedo interessou-se pela carreira militar. Em 1817, com apenas quinze anos de idade, alistou-se no Regimento de Artilharia do Recife. Em 1821, já como cadete do Exército do mesmo Batalhão, participou do movimento conhecido como a Revolução de Goiana, encerrada com a Convenção do Beberibe, em outubro do mesmo ano. Foi preso e enviado para a fortaleza de São João da Barra, em Lisboa, Portugal, onde foi mantido até 1823. Posto em liberdade, viajou para Paris, bacharelando-se em Matemática. De volta a Pernambuco, dedicou-se à política. Com apenas 35 anos de idade, em 1837, foi designado presidente da Província de Pernambuco, ficando no cargo até 1844. Tendo sido educado em Paris, estava decidido a modernizar e higienizar o Recife. Seu governo operou transformações materiais e culturais importantes para a Província. A vida da cidade ganhou em animação e teve um progresso até então nunca vistos. Francisco do Rego Barros mandou buscar engenheiros franceses de renome, incentivou as artes e as ciências, levando o Recife ao conceito das grandes cidades modernas da época. Foram construídas estradas ligando a capital às áreas produtoras de açúcar do interior; a ponte pênsil de Caxangá, sobre o rio Capibaribe; o Teatro de Santa Isabel; o edifício da Penitenciária Nova, depois chamada de Casa de Detenção do Recife, onde funciona hoje a Casa da Cultura; o edifício da Alfândega; canais; estradas urbanas; um sistema de abastecimento d’água potável para o Recife; reconstrução das pontes Santa Isabel, Maurício de Nassau e Boa Vista. Mandou construir aterros para a expansão da cidade, sendo o mais importante deles o da Boa Vista que partia da Rua da Aurora rumo à Várzea, chamada de Rua Formosa, continuada pelo Caminho Novo que, a partir de 1870, recebeu o nome de Av. Conde da Boa Vista. Em 1842, foi agraciado com o título de Barão, promovido a Visconde, em 1860 e elevado a Conde da Boa Vista, em 1866. Foi eleito senador, em 1850 e, em 1865, designado presidente da Província do Rio Grande do Sul, acumulando as funções de Comandante das Armas, estando aquela província já envolvida na Guerra do Paraguai. Sentindo-se doente e sofrendo com problemas hepáticos, retornou ao Recife no início de 1870, onde morreu no dia 4 de outubro, na sua residência, situada no número 405 da Rua da Aurora, onde está localizada, hoje, a Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco. Recife, 22 de julho de 2003. (Atualizado em 25 de agosto de 2009). FONTES CONSULTADAS: GUERRA, Flávio. O Conde da Boa Vista e o Recife. Recife: Fundação Guararapes, 1973. SILVA, Jorge Fernandes da. Vidas que não morrem. Recife: Secretaria de Educação, Departamento de Cultura, 1982. p. 201-205. Lúcia Gaspar: Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

SEXTA DE LETRAS

Acontece nesta sexta-feira, às 19 horas, a segunda edição do Projeto Sexta de Letras, da Academia Cabense de Letras. O evento acontece na Câmara de Vereadores do Cabo de Santo Agostinho, e terá a palestra do Professor e acadêmico Douglas Menezes, sobre a Obra de Graciliano Ramos.

É mais uma oportunidade para que a população chegue mais perto da Academia Cabense de Letras. Após a palestra, segue-se o debate, com intervenções dos acadêmicos e, num terceiro momento, com a participação dos presentes.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

UM POUCO DE GABRIEL DOURADO


UM CANTO EM SURDINA

Gabriel Dourado

Cidade de minha infância,
Dos meus sonhos de rapaz,
Dos meus primeiros amores

-dize-me agora,
Aonde vais?

Cidade quase sem ruas,
Apertadinhas demais,
Cidade das boemias,
Dos verdes canaviais
(como aquelas...nunca mais!)

Terra do meu romantismo,
Dos engenhos patriarcais,
Do São João de seu Zumba,
Das loas de Inácio Pais,
Das glosas de Mergulhão,
Chico Taboca e Caju,
De seu “Vigário sem crôa”,
Dos coqueiros de Gaibu.

Cidade das serenatas,
Das cantigas ao luar,
Cidade de tanta história
Sem nenhuma prá contar...

Cidade da minha infância,
Dos verdes canaviais
-Minha cidade querida,
Dize-me agora,
Aonde vais?

MEU CAMBUCÁ
Gabriel Dourado

Eu não sonho palácios agressivos,
De colunatas de oiro
De repuxos multicores,
De frisos cintilantes
E mármores nervosos,
Nem grandeza loira de moeda esterlinas,
Nem a glória de ser grande pela vida!

Quero ser simples,
Vivo imaginando uma vida interior,
Uma existência calma,
Despreocupadamente assim,

Numa casinha,
Toda bonitinha,
Toda caiadinha,
Onde existam palmeiras no terreiro
E verbenas florindo no jardim.

Eu quero, meu amor,
Para o futuro,
Ver-te assim
Como um cambucá maduro,
Aromado e saboroso,
Bem pertinho de mim...
1939

DEZ ANOS DEPOIS
Gabriel Dourado

Vem! Dá-me a tua mão. Vamos andar
Por estas alamedas inclinadas.
Ah! Como é bom a gente recordar
Enternecido, as emoções passadas.

Aqui, repara, andamos de mãos dadas,
Tranqüilos, pensativos a sonhar.
Que saudade das nossas caminhadas,
Do teu lenço, de longe, a me acenar...

Rosas, boninas, musgos, trepadeiras,
O mesmo quadro antigo, benfasejo,
A ponte, um rio de altas ribanceiras.

Fecho os olhos, relembro a tua fala,
“a carícia emotiva do teu beijo”,
Teu vestido de renda, cor de opala...
1949

ROMANTISMO
Gabriel Dourado

Num tranqüilo subúrbio da cidade,
Floriu nossa casinha iluminada,
Casa de gente cheia de humildade,
Onde pões tua graça, Flor amada!

Por dentro vivem tuas mãos de fada
Na ternura das coisas. Sem vaidade,
Vais me dando estes cantos de alvorada,
Em vinte anos de angélica bondade.

A casa fica bem numa travessa,
Entre árvores e flores, e mais essa
Harmonia por todos nós sonhada.

Cantando andei por todo esse caminho,
Vivi meu sonho e não vivi sozinho,
Segui teus passos, sem querer mais nada.
1959

GABRIEL DOURADO nasceu na Cidade do Cabo. Era formado em Odontologia, foi casado e pai de cinco filhos. Teve intensa vida intelectual e foi um dos fundadores do Grêmio Literário Cabense, entidade que marcou época na cidade e, pode-se dizer, foi o embrião da Academia Cabense de Letras. Escreveu poemas e sonetos importantes e teve em UM CANTO EM SURDINA o seu mais famoso trabalho literário. Como das outras vezes, estamos oferecendo aos nossos leitores a oportunidade de conhecer de perto um dos grandes poetas e intelectuais do passado de nossa cidade.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

SEXTA DE LETRAS


Será nesta sexta-feira, dia 6 de agosto, às 19 horas, o lançamento do Projeto "SEXTA DE LETRAS", da Academia Cabense de Letras. O evento acontece na Câmara de Vereadores do Cabo e se repetirá toda primeira sexta-feira de cada mês.


O Projeto abre as portas das reuniões da Academia, possibilitando à população conhecer as reuniões dos acadêmicos. Na primeira sexta, dia 6 de agosto, haverá palestra do Acadêmico Nelino Azevedo, sobre "A Educação Libertadora de Paulo Freire" e um debate entre os acadêmicos e um espaço que será dedicado à participação do público.

A programação até Dezembro de 2010 é a seguinte:

6 de agosto: A EDUCAÇÃO LIBERTADORA DE PAULO FREIRE (Nelino Azevedo)

3 de setembro: A OBRA DE GRACILIANO RAMOS (Douglas Menezes)

1 de Outubro: JOSUÉ DE CASTRO E A GEOGRAFIA DA FOME (Frederico Menezes)

5 de Novembro: A OBRA DE PAULO CULTURA (Natanael Lima Júnior)

3 de Dezembro: ESPERANTO LÍNGUA INTERNACIONAL (Vera Rocha.

terça-feira, 3 de agosto de 2010



sexta-feira, 30 de julho de 2010

FILOSOFIA DA RENASCENÇA

(do século XIV ao século XVI) É marcada pela descoberta de obras de Platão desconhecidas na idade média e de novas obras de Aristóteles, que passam a ser lidas em grego e a receber novas traduções latinas, mais acuradas e fiéis. A época também se dedica a recuperação das obras de grandes autores e artistas gregos e romanos e à imitação deles. São três as grandes linhas de pensamento que predominavam na Renascença: a) Aquela proveniente da leitura de três diálogos de Platão (Banquete, Fédon e Fedro), das obras dos filósofos neoplatônicos e da descoberta do conjunto dos livros do hermetismo ou da magia natural, que se supunham terem vindo do Egito, escritos séculos antes de Moisés e de Platão, ditados por deuses e seus filhos humanos. A natureza era concebida como um grande ser vivo, dotada de uma alma universal (a alma do mundo) e feita de laços e vínculos secretos entre todas as coisas, unidas por simpatia e desunidas por antipatia. O homem era concebido como parte da natureza e como um microcosmo no macrocosmo (isto é, um pequeno mundo que espelha e reproduz a estrutura e a vida do grande mundo, ou o Universo) e por isso pode agir sobre o mundo e por meio de conhecimentos e práticas que operam com as ligações secretas entre as coisas, isto é, por meio da magia natural, da alquimia e da astrologia. b) Aquela originária dos pensadores florentinos, que valorizava a vida ativa (a política) e defendia a liberdade das cidades italianas contra o Império Romano-Germânico, isto é, contra o poderio dos papas e dos imperadores. Na defesa da liberdade política, recuperaram a idéia de República, tal como esta aparecia nas obras dos grandes autores políticos latinos, como Cícero, Tito Lívio e Tácito, bem como nos escritos de historiadores e juristas clássicos e, propuseram a “imitação dos antigos” ou o renascimento de república livre, anterior ao surgimento do império eclesiástico. c) Aquela que propunha o ideal de homem como artífice de próprio destino, tanto por meio dos conhecimentos (astrologia, magia, alquimia), como por meio da política (o ideal republicano), das técnicas (medicina, arquitetura, engenharia, navegação) e das artes (pintura, escultura, poesia e teatro). Essas três grandes linhas de pensamento explicam porque se costuma falar em humanismo como traço predominante da Renascença, uma vez que nelas o homem é valorizado, colocado como centro do Universo, defendido em sua liberdade e em seu poder criador e transformador. A intensa atividade teórica e prática dessa época foi alimentada com grandes descobertas marítimas, que garantiam ao homem o conhecimento de novos mares, novos céus, novas terras e novas gentes, permitindo-lhe ter uma visão crítica de sua própria sociedade. Essa efervescência cultural e política levou a críticas profundas à igreja Romana, culminando na Reforma Protestante, baseada na idéia de liberdade de crença e de pensamento. À Reforma a Igreja Romana respondeu com a Contra-Reforma e com o aumento do violento poder da Inquisição. Os nomes mais importantes desse período são: Dante, Marcílio Ficino, Giordano Bruno, Campannella, Maquiavel, Montaigne, Erasmo, Tomás Morus, Jean Bodin, Kepler e Nicolau de Cusa. Chauí, Marilena; Convite à Filosofia. São Paulo. Atica, 2005.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

UMA ELEIÇÃO MEMORÁVEL

Douglas Menezes
Corria o ano de 1972. Anos de chumbo aqueles daquela década. Tortura, mortes e medo, muito medo. Ser oposição ao regime militar era tarefa para fortes, para as pessoas que possuíam, acima de tudo, uma consciência democrática e capacidade de doação acima de suas conveniências pessoais. Aquelas que são úteis e imprescindíveis porque lutam a vida inteira. São os que sacrificaram a própria vida para que hoje respiremos os ares democráticos da ainda incipiente democracia brasileira.
Pois bem. Naquele ano, haveria eleição para prefeito. Forma que a ditadura encontrou para dar um feitio democrático ao regime de exceção, já que não havia pleito nem para governador, presidente ou governante das capitais. E a cidade do Cabo de Santo Agostinho era uma das mais visadas pela sua importância econômica e, sobretudo, por sua politização e pelo fato representar um dos centros da resistência democrática. Uma cidade em que o governo não admitia sair derrotado.
Já naquela época, o instituto da sublegenda funcionava a todo vapor. Instrumento criado para dificultar o avanço da oposição ao regime, consistia na soma de votos de um partido que poderia eleger um candidato mesmo sendo ele o menos votado. Com isso, o governo lançou, na eleição do Cabo, dois candidatos: José Feliciano de Barros e Vicente Mendes Filho, pela Arena, partido governista; enquanto a oposição ia de Lúcio Monteiro e José Ribeiro de Jesus.
Sem dinheiro, usando um fusca velho e um banquinho para fazer discurso, Lúcio Monteiro conseguiu empolgar o povo, desbravando o caminho para a renovação política do Cabo, além de um aspecto importante: o apelo à conscientização política, abrindo espaço para que o poder econômico influísse menos na eleição. Uma campanha memorável. Lúcio teve mais de cinco mil votos, ganhou do segundo colocado com uma diferença de quase mil e quinhentos votos mas perdeu, porque a soma dos dois candidatos da Arena suplantou sua votação. No entanto, a lição ficou. Uma década depois, um político de esquerda ganhava as eleições no Cabo: Elias Gomes iniciava uma nova era na política cabense.
Os cabenses um pouco mais velhos não podem esquecer esse fato histórico. Após o resultado das urnas, Lúcio foi carregado pelas ruas da cidade, nos braços do povo, que gritava seu nome. Há derrotas que de tão emblemáticas parecem vitórias, pelo seu sentido épico, por representarem a possibilidade real de mudança e a chegada de um futuro melhor para as pessoas. Isto aconteceu e eu vi.
Cabo, 28 de junho de 2010.
*Douglas Menezes é membro da Academia Cabense de Letras.
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sexta-feira, 21 de maio de 2010

VOTO DE APLAUSO À CASA DA MEMÓRIA

Casa Grande do Engenho Boa Vista (hoje em ruínas)* No dia do Museu, 18 de maio, a Câmara de Vereadores aprovou, por iniciativa do Vereador Ricardinho, um Voto de Aplausos para o Centro Cultural Casa da Memória, curador e organizador do acervo da Casa da Memória do Cabo de Santo Agostinho, que, apesar da importância do acervo, ainda não foi viabilizada. Segundo Antonino Oliveira Júnior, idealizador do projeto, "A Casa da Memória nada tem a ver com os museus tradicionais, mas, é um organismo vivo, que resgata a história mais antiga e começa a escrever a história contemporânea do município. Infelizmente, o ranço político vem impedindo que ela chegue às mãos do povo cabense".

CELINA DE HOLANDA

Jornalista e poeta, Celina de Holanda Cavalcanti de Albuquerque nasceu no município do Cabo, a 19/06/1915, tendo depois se transferido para o Recife, onde atuou na imprensa. Publicou seus primeiros poemas nos suplementos literários do Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco e o primeiro livro (O Espelho e a Rosa) foi editado quando ela tinha 55 anos de idade. Além de participar de várias coletâneas (Palavra de Mulher, A Cor da Onda por Dentro, Antologia Didática de Poetas Pernambucanos, entre outras), sua obra é composta pelos seguintes livros: O Espelho e a Rosa (1970); A Mão Extrema (1976); Sobre Esta Cidade de Rios (1979); Roda D'água (1981); As Viagens (1984); Pantorra, o Engenho (1990); Viagens Gerais, de 1985, coletânea dos livros anteriores e mais os inéditos "Afogo e Faca" e "Tarefas de Ninguém". Morreu no Recife, a 04 de junho de 1999. O LIMITE Vi os que lutam contra a opressão sendo opressores (não há claros limites entre uns e outros) e disse : ai de nós os que comemos juntos, se não partilhamos (só alguns têm certeza da comida sinal forte de felicidade para os que têm fome). Ai de nós por essa consciência de puros sem nada para ser perdoado como o Publicano e o Bom Ladrão. LA LIMITE J’ai vu ces que luttent contre l’oppression étant des oppresseurs (il n’y a pas de claires limites entre les uns et les autres) et il a dit : aie de nous qui mangeons ensemble, si nous ne partageons pas (à peine quelques-uns ont la certitude de la nourriture signe fort de bonheur pour ceux qui ont faim). Aie de nous pour cette conscience de purs sans rien pour être pardonné comme le Publicain et le bon Ladron. (Da antologia bilingüe “Poésie du Brésil”, seleção de Lourdes Sarmento, edição Vericuetos, como nº 13 da revista literária francesa “Chemins Scabreux”, Paris, setembro de 1997.Traduções de Lucilo Varejão, Maria Nilda Miranda Pessoa e outros.) Publicado em setembro de 2008 MERIDIANO Vivemos a grande noite. Cada amor em seu amor se oculta. Quem nos roubou a ternura escondida? O corpo claro e diurno? Como os animais e as crianças um dia a vida será só vida. A PEDRA Nesta mesa o povo está sentado. Não divaga. Tudo o de que necessita é perto e urgente. Frio e direto, toma a pedra que sou e quebra. Vai construir o mundo. "Não sei de muitas vozes poéticas femininas que se equiparem à sua, pela limpidez do sentimento reflexivo e pela discrição da palavra." Carlos Drummond de Andrade “Se apago esta paixão talvez me apague.” Celina de Holanda

sábado, 10 de abril de 2010

UMA NOITE BRILHANTE

Brilhante, é o que se pode dizer do evento promovido pela Academia Cabense de Letras, ontem, 9 de abril, na Câmara de Vereadores. Com o Plenário totalmente tomado por estudantes, professores, artistas e cidadão comuns, a homenagem a Joaquim Nabuco fluiu naturalmente e com o brilho que o homenageado merece. A apresentação do poema ESCRAVOS, de Joaquim Nabuco, pelo ator e poeta Adonis Diordigues, deu início à programação da noite, que teve ainda uma bela apresentação do Grupo de Capoeira Volta que o Mundo dá, apresentando o Maculelê ao som dos atabaques, que deram ao ambiente uma sonoridade afro-brasileira.A Fundação Joaquim Nabuco foi representada oficialmente pelo dr. Humberto França, profundo pesquisador sobre a vida e obra de Joaquim Nabuco. Suas intervenções foram valiosas para a platéia. Os que foram à Câmara tiveram a oportunidade de participar do lançamento do Livro Os Escravos, de Antonino Oliveira Júnior, membro da Academia. O ponto alto do evento aconteceu com a palestra do Jornalista, escritor, poeta, doutor em História, Diretor da Editora Massangana e membro da Academia Cabense de Letras, MÁRIO HÉLIO. Foi o ápice. O tema "Cem anos com e sem Joaquim Nabuco", foi abordado e trocado "em miúdos" de forma brilhante pelo palestrante. Um show de bola, como se diz. No final, foi aberto um debate entre o público, o palestrante e o representante da FUNDAJ.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

ACADEMIA CABENSE DE LETRAS

Palestra com o Jornalista Mário Hélio,
membro da Academia Cabense de Letras Tema: 100 anos com e sem Joaquim Nabuco Em 9 de abril de 2010 - às 19 horas Na Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho-PE Realização: ACADEMIA CABENSE DE LETRAS

quarta-feira, 24 de março de 2010

CANÇÃO PRA NINGUÉM OUVIR

Por Douglas Menezes

Meus filhos não lerão esta crônica. Minha mulher não lerá esta crônica, muito menos meus irmãos e amigos. Porque ela é uma canção que não interessa a ninguém ouvir. Traz apenas esse silêncio que não diz nada, e me diz tudo. Desprovida de vida sonora, despoetizada da poesia ruidosa de agora. É só um canto de quem não talvez não tenha mais nada a dizer. Ela encerra esse ciclo que preenche o ex-branco dessa página. Letras mortas, onde nem o dono se anima em vivificar. Tem inspiração. Tem sim. Na música de Chico Buarque, que “Chora notas pra ninguém ouvir”. Mas a melodia e o poema do artista é para alguém. Estes escritos, ao contrário, escondem o sentimento, é tímido, traz a manha dos que não querem se mostrar. Final de livro, uma estrada cujo destino é uma reticência ou um ponto sem saída. Nem sequer a dignidade do beco, mas a incerteza dos descaminhados. Um fechar de volume, um não abrir nunca mais. Cortina arriada, portão cerrado. Voz muda. Círculo vazio. Medo medonho de que alguém queira ouvir. Preciso, então, preencher o resto do papel. Concluir a canção. A música que não diz nada. A música tão inaudível que não possui cantor.

"LUA CHEIA

Chico Buarque De Holanda

Ninguém vai chegar do mar nem vai me levar daqui nem vai calar minha viola que desconsola, chora notas pra ninguém ouvir Minha voz ficou na espreita, na espera, quisera abrir meu peito, cantar feliz Preparei para você uma lua cheia e você não veio, e você não quis Meu violão ficou tão triste, pudera, quem dera abrir janelas, fazer serão".

Douglas Menezes é professor, escritor e membro da Academia Cabense de Letras.



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

CALA BOCA, CALABAR, CALA!

As coisas estavam pretas para o lado dos holandeses, por volta de abril de 1632, quando um soldado de nome Calabar, forte e audaz, trocou de lado, deixando de ser aliado dos portugueses para apoiar os novos senhores de Pernambuco.

Calabar, um mameluco filho de pai português e de mãe indígena, prestou um bom serviço para os invasores durante 3 anos, mas foi um tempinho arrasador para os portugueses e mazombos (leia-se brasileiros). Justiça seja feita, naquela época era normal virar a casaca, mas Calabar estava na hora, local e dia errados! E, ainda, era o Homem que Sabia Demais.

Até hoje muito se especula das razões que levaram Calabar a trair os portugueses. Era um homem inteligente e grande conhecedor da região e era brabo. Lutou ao lado do general Matias de Albuquerque, tendo sido ferido na guerra. Bem. Sabe como é que é.

Traidor pra lá, traidor pra cá, os holandeses olhavam assim de viés para Calabar, que não tava nem ai. Dizem as más línguas que ele tinha matado um mulher que estava lhe enchendo o saco cobrando pensão alimentícia.

Naquela época era enforcamento certo. Outros, piores línguas ainda, disseram que ele devia uma grana preta para os portugueses, e, como os outros invasores tinham um acordo com a Inquisição, Calabar escaferdeu-se. (sim, minha senhora, tanto portugueses como holandeses invadiram o Brasil, ou a senhora não tinha percebido?)

Mas Calabar fez aquele agá com um coronel holandês de nome esquisito (Van Waerdenburch) e o levou por caminhos tortuosos, mas Certos, a saquear Igaraçu (ou Igarassu), que era a segunda cidade mais importante de Pernambuco, por onde boa parte da riqueza de então era transportada.

Um outro coronel, Sigismund von Schoppe, viu ali uma boa oportunidade de ter um bom amigo na pessoa de Calabar, que não era assim tão calado, como se vê.

Do lado de cá, ou do lado de lá, quer dizer, dos portugueses, Matias Albuquerque ficou pê da vida com a "traição" de Calabar, e mandou dizer que tolerava outra "traição" dele, desde que agora, do lado dos portugueses, oferecendo-lhe não só o cargo de agente duplo mas também o perdão pela traição cometida e mais uns trecos aí. Acho que a proposta foi tão mesquinha que Calabar sequer dignou-se a responder, o que deixou Matias mais pê ainda.

De Itamaracá até a fortaleza dos Reis Magos (na cidade hoje de Natal), os holandeses conquistaram tudo fácil fácil, com a ajuda do falante Calabar.

E tem mais: os índios tapuias, famosos e ferozes antropófagos ficaram amigos dos flamengos (não estamos falando do time carioca, estamos falando dos holandeses, que também eram chamados de flamengos), para desgraça dos portugueses (abrindo mais um parênteses: os tapuias eram sanguinários: o cabra ainda tava vivo ainda e eles metiam um troço qualquer na barriga do sujeito, que era aberta, puxavam as tripas e o coração pra fora e deixavam o coitado gritando. Depois, era só fazer uma fogueira massa...).

O lado sul também foi conquistado graças a Calabar, como o forte do Cabo de Santo Agostinho, o que atrapalhou ainda mais a vida dos portugueses. Nessas alturas, tudo que era oficialidade graúda queria ser amigo de Calabar, para usar as informações deste e se locupletarem com as conquistas fáceis. Afinal, o mapa da mina estava com o nosso anti-herói.

O comandante Matias de Albuquerque estava desesperado com o estrago feito com a "traição" de Calabar, esquecendo que oficiais holandeses, alemães, austríacos e de outros povos também tinham passado para o lado dos portugueses. E vice-versa.

De repente, Matias de Albuquerque se lembrou que Calabar fora criado junto com um primo-irmão que agora poderia ser muito útil. De imediato, mandou chamar o parente de Calabar. Prometeu mundos e fundos, desde que, palavras textuais "que lhe faria mercê que o contentasse se pudesse matá-lo em algum ataque". Antonio Fernandes, o tal primo-irmão, nem teve tempo de cumprir a promessa. Morreu na tentativa.

Nesse ínterim, Calabar tornou-se um membro estimado, temido e respeitado no meio dos invasores, parece que até se convertendo à Igreja Católica Reformada. Tanto é verdade, que quando sua esposa teve um filhinho, durante a guerra, a criança foi batizada nessa igreja.

E a turma do puxa-saco se aproveitou: as testemunhas foram o alto conselheiro Servatius Carpentier, o coronel Sigismund von Schoppe, o coronel polonês Chrestofle Arciszewski, o almirante Jan Cornelisz Lichthart e uma senhora da alta sociedade. O pastor oficiante foi provavelmente o Rev. Daniel Schagen. Tudo nos trinques. O menino foi batizado como Domingo Fernandus, filho de Domingo Fernandus Calabara e Barbara Cardoza.

Mas nem tudo que é bom dura muito. Orientados por Calabar, os holandeses continuaram a expansão para o sul e, em março de 1635, atacaram Porto Calvo, a terra natal de... Calabar. Debandada geral. A cidade rendida, quem conseguiu fugir, se mandou para o sul.

O Arraial de Bom Jesus, comandado por Matias de Albuquerque, ficou isolado. A maior miséria. Depois de três meses, o Arraial também caiu. Matias também fugiu para o sul acompanhado de 7 mil moradores que preferiram fugir a se submeterem aos holandeses.

No meio do caminho não tinha uma pedra, e sim Porto Calvo. Matias chegou com aquela galera enorme na pequena cidade de Alagoas (que ainda era território de Pernambuco), que nessa altura estava defendida por apenas 500 homens comandados pelo Major Picard. Matias atacou a cidade, que teve que pedir condições de se render.

Picard, que sabia das coisas, sacou logo que tinha um problemão nas mãos: Calabar. E tentou salvá-lo, conseguindo apenas que ele ficaria "à mercê d'el-rei". Para bom entendedor, meia palavra basta!

Não deu outra: rapidamente foi constituído um tribunal militar, com a sentença de morte pronta (igual ao que fizeram com Frei Caneca). Bastava apenas a formalidade do julgamento. E, no dia 22 de julho de 1635, a sentença foi executada - perdão, Calabar foi executado, cujo corpo sequer foi enterrado. Ficou por ali mesmo.

Os portugueses, que não eram bestas, se mandaram. Comandados por Matias de Albuquerque, fugiram dois dias antes da chegada de uma grande tropa de holandeses que ficaram enfurecidos quando viram os restos mortais de Calabar; afinal este era compadre e amigo dos comandantes que ali estavam, os coronéis Sigismund e Arciszweski (tu ia gosta de ver teu amigo e compadre de noitadas, ali, no chão, morto e fedendo, sem direito a sepultura, ia, ia!?). E assim Calabar foi enterrado com honras militares.

Finalmente calaram a boca de Calabar.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

HISTÓRIA DO CARNAVAL

Claudia M. de Assis Rocha Lima

Pesquisadora

ORIGEM DO CARNAVAL

Dez mil anos antes de Cristo, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita. As origens do carnaval têm sido buscadas nas mais antigas celebrações da humanidade, tais como as Festas Egípcias que homenageavam a deusa Isis e ao Touro Apis. Os gregos festejavam com grandiosidade nas Festas Lupercais e Saturnais a celebração da volta da primavera, que simbolizava o Renascer da Natureza. Mas num ponto todos concordavam, as grandes festas, como o carnaval, estão associadas a fenômenos astronômicos e a ciclos naturais. O carnaval se caracteriza por festas, divertimentos públicos, bailes de máscaras e manifestações folclóricas. Na Europa, os mais famosos carnavais foram ou são: os de Paris, Veneza, Munique e Roma, seguidos de Nápoles, Florença e Nice.

CARNAVAL NO BRASIL

O carnaval foi chamado de Entrudo por influência dos portugueses da Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde, que trouxeram a brincadeira de loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, no ano de 1723, surgindo depois as batalhas de confetes e serpentinas. No Brasil, o carnaval é festejado tradicionalmente no sábado, domingo, segunda e terça-feira anteriores aos quarentas dias que vão da quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa. Na Bahia, é comemorado também na quinta-feira da terceira semana da Quaresma, mudando de nome para Micareta. Esta festa deu origem a várias outras em estados do Nordeste, todas com características baianas, com a presença indispensável dos Trios Elétricos e são realizadas no decorrer do ano; em Fortaleza realiza-se o Fortal; em Natal, o Carnatal; em João Pessoa, a Micaroa; em Campina Grande, a Micarande; em Maceió, o Carnaval Fest; em Caruaru, o Micarú; no Recife, o Recifolia, já extinto.

CARNAVAL NO RECIFE

Século XVII - De acordo com as antigas tradições, mais ou menos em fins do século XVII, existiam as Companhias de Carregadores de Açúcar e as Companhias de Carregadores de Mercadorias. Essas companhias geralmente se reuniam para estabelecer acordo no modo de realizar alguns festejos, principalmente para a Festa de Reis. Esta massa de trabalhadores era constituída, em sua maioria, de pessoas da raça negra, livres ou escravos, que suspendiam suas tarefas a partir do dia anterior à festa de Reis. Reuniam-se cedo, formando cortejos que consistia de caixões de madeira carregados pelo grupo festejante e, sentado sobre ele uma pessoa conduzindo uma bandeira. Caminhavam improvisando cantigas em ritmo de marcha, e os foguetes eram ouvidos em grande parte da cidade.

Século XVIII - Os Maracatus de Baque Virado ou Maracatus de Nação Africana, surgiram particularmente a partir do século XVIII. Melo Morais Filho, escritor do século passado, no seu livro Festas e Tradições Populares, descreve uma Coroação de um Rei Negro, em 1742. Pereira da Costa, à página 215 do seu livro, Folk-lore Pernambucano, transcreve um documento relativo à coroação do primeiro Rei do Congo, realizada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, da Paróquia da Boa Vista, na cidade do Recife. Os primeiros registros destas cerimônias de coroação, datam da segunda metade deste século nos adros das igrejas do Recife, Olinda, Igarassu e Itamaracá, no estado e Pernambuco, promovidas pelas irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito.

Século XIX - Depois da abolição da escravatura, em 1888, os patrões e autoridades da época permitiram que surgissem as primeiras agremiações carnavalescas, formadas por operários urbanos nos antigos bairros comerciais. Supõe-se que as festas dos Reis Magos serviram de inspiração para a animação do carnaval recifense. De acordo com informações de pessoas antigas que participaram desses carnavais, possivelmente o primeiro clube que apareceu foi o dos Caiadores. Sua sede ficava na Rua do Bom Jesus e foi fundador, entre outros, um português de nome Antônio Valente. Na terça-feira de carnaval à tarde o clube comparecia à Matriz de São José, tocando uma linda marcha carnavalesca e os sócios levando nas mãos baldes, latas de tinta, escadinhas e varas com pincéis, subiam os degraus da igreja e caiavam (pintavam), simbolicamente. Outros Clubes existiam no bairro do Recife: Xaxadores, Canequinhas Japonesas, Marujos do Ocidente e Toureiros de Santo Antônio.

Século XX - O carnaval do Recife era composto de diversas sociedades carnavalescas e recreativas, entre todas destacava-se o Clube Internacional, chamado clube dos ricos, tinha sua sede na Rua da Aurora, no Palácio das Águias. A Tuna Portuguesa, hoje Clube Português, tinha sua sede na Rua do Imperador. A Charanga do Recife, sociedade musical e recreativa, com sede na Avenida Marquês de Olinda e a Recreativa Juventude, agremiação que reunia em seus salões a mocidade do bairro de São José. O carnaval do início deste século era realizado nas ruas da Concórdia, Imperatriz e Nova, onde desfilavam papangus e máscaras de fronhas (fronhas rendadas enfiadas na cabeça e saias da cintura para baixo e outra por sobre os ombros), esses mascarados sempre se apresentavam em grupos. Nesses tempos, o Recife não conhecia eletricidade, a iluminação pública eram lampiões queimando gás carbônico. Os transportes nos dias de carnaval vinham superlotados dos subúrbios para a cidade. As linhas eram feitas pelos trens da Great Western e Trilhos Urbanos do Recife, chamados maxambombas, que traziam os foliões da Várzea, Dois Irmãos, Arraial, Beberibe e Olinda. A Companhia de Ferro Carril, com bondes puxados a burros, trazia foliões de Afogados, Madalena e Encruzilhada. Os clubes que se apresentaram entre 1904 e 1912 foram os seguintes: Cavalheiros de Satanás, Caras Duras, Filhos da Candinha e U.P.M.; este último criado como pilhéria aos homens que não tinham mais virilidade.

O Corso - Percorria o seguinte itinerário: Praça da Faculdade de Direito, saindo pela Rua do Hospício, seguindo pela Rua da Imperatriz, Rua Nova, Rua do Imperador, Princesa Isabel e parando, finalmente na Praça da Faculdade. O corso era composto de carros puxados a cavalo como: cabriolé, aranha, charrete e outros. A brincadeira no corso era confete e serpentina, água com limão e bisnagas com água perfumada. Também havia caminhões e carroças puxadas a cavalo e bem ornamentadas, rapazes e moças tocavam e cantavam marchas da época dando alegre musicalidade ao evento. Fanfarras contratadas pelas famílias, desfilavam em lindos carros alegóricos.