quarta-feira, 28 de setembro de 2011

ABERTAS INSCRIÇÕES PARA O CURSO DE GESTÃO EM RESTAURO


Estão abertas as inscrições para 12ª Edição do Curso de Gestão de Restauro e Prática de Obras de Conservação e Restauro do Patrimônio Cultural oferecido pelo CECI em parceria com Universidade Federal de Pernambuco - UFPE.

O Curso é uma iniciativa pioneira no Brasil para capacitação e aperfeiçoamento de profissionais e interessados em atuarem no campo preservação, com foco em execução de obras e serviços em edificações culturais.

Desde sua primeira edição, o curso vem oferecendo aos participantes o contato direto com as práticas tradicionais e as técnicas mais avançadas sobre as habilidades de um gestor nos âmbitos conceituais, técnicos e humanos, para que se constitua a necessidade de se romper com paradigmas e dogmas.

Nessa edição, além da grade regular do curso, é oferecido, ao participante à oportunidade de um aprofundamento complementar, à escolha do aluno, em técnicas específicas de intervenções nas áreas de cantaria, pintura, metais ferrosos e não ferrosos, azulejos históricos, estuque, finto-mármore, esculturas de madeira e ladrilhos e mosaicos.

O curso possui carga horária de 390 horas/aulas e está dividido em módulos: Módulo Virtual, realizado por meio da tecnologia de EAD/Ensinar/Virtus-UFPE (Ensino à Distância) e Módulo Presencial, através de método pedagógico de interação direta entre aluno, professor, mestres de ofícios e artesãos-operários num encontro de um mês (30 dias) numa cidade histórica de Pernambuco e viagem de estudos. Em caso de o aluno fazer as disciplinas optativas, a carga horária final totalizará 480 horas.

Estão disponíveis apenas 30 vagas e as inscrições já podem ser feitas através do site www.ceci-br.org.

Para mais informações, entre em contato: +55 21 81 34393445 ou 34291754 ou através do e-mail: restauro@ceci-br.org

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Manuel: Essa Bandeira Pernambucana

Douglas Menezes

Relendo outro dia a obra de Manuel Bandeira, voltei a impressionar-me com o conteúdo humano do trabalho artístico do poeta pernambucano. Não que pairasse sobre mim alguma dúvida em relação à qualidade poética desse recifense maior. Digo mesmo que todo brasileiro sensível deveria ler a poesia de Bandeira. O que afirmo, no entanto, cheio de encantamento é que o seu legado, repleto de humanidade, traz, sobretudo, uma atualidade que não sente a passagem do tempo. Isto porque há, hoje no mundo, um novo sopro de humanismo fazendo frente ao desregrado materialismo tecnológico.

Em Bandeira, a fusão simplicidade, conteúdo profundo e ternura humana são uma constante. Mesmo nos poemas intimistas onde o poeta deixa transparecer sua solidão, sua tristeza por não ter sido um homem comum, não se encontra gestos de revolta, mas de resignada melancolia: “Vi uma estrela tão alta! / Vi uma estrela tão fria! / Vi uma estrela luzindo / Na minha vida vazia”.

Tuberculoso desde jovem, solitário, mas muito respeitado, sempre esperando morrer no próximo mês, Bandeira possuía um senso de amor às pessoas muito raro. Um humanismo que só os grandes espíritos atingem na passagem aqui pela terra. E esse carinho foi expresso, principalmente, em relação a seres humildes, a pessoas anônimas, que não são notícias: “Irene preta / Irene boa / Irene sempre de bom humor. / Imagino Irene entrando no céu: / - Licença, meu branco! / E São Pedro bonachão;/ -Entra, Irene. Você não precisa pedir licença”.

Manuel foi um solitário, solidário aos outros. Cantou o amor que não teve. Cantou a mulher que não possuiu. Mas inventou palavras para ela: “Beijo pouco falo menos ainda. / Mas invento palavras/ Que traduzem a ternura mais funda / E mais cotidiana. / Inventei, por exemplo, o verbo teadorar. / Intransitivo: / Teadoro , Teodora”.

A solidariedade social também está presente em sua obra, como forma de denunciar a miséria , a injustiça e a grande dívida social deste país para com os pobres: “ Vi ontem um bicho/ Na imundície do pátio / Catando comida entre os detritos. / Quando achava alguma coisa, / Não examinava nem cheirava: /Engolia com voracidade. / O bicho não era um cão, / Não era um gato,/ Não era um rato. / O bicho, meu Deus, era um homem”.

No seu grande texto confessional, a visão da vida que queria ter, e não pôde. Mesmo ali, nada de revolta e sim, uma fantasia, a criação de um mundo hipotético, como se não quisesse incomodar o próximo com sua dor real:”Vou-me embora pra Pasárgada/ Aqui eu não sou feliz/ Lá a existência é uma aventura/ De tal modo inconseqüente/ Que Joana a Louca de Espanha / Rainha a falsa demente / Vem a ser contra-parente / Da nora que nunca tive”.

Enfim, não cabe aqui, em poucas linhas, dizer do valor que possui, por ser portentosa, grandiosa, a Literatura de Bandeira. Isto é apenas um tributo humilde.

A poesia de Bandeira, na verdade, é diamante. É um sol que não se apaga. É lua cheia sobre o mar. Um acalanto que nos faz dormir. Um céu cheio de azul. Os olhos verdes da moça, confundindo-se com o canavial. É a fruta doce deste lugar. Pois ele, Manuel, afinal, é a Bandeira maior de Pernambuco.

*Douglas Menezes é professor, escritor e da Academia Cabense de Letras.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

HISTÓRIA DE PERNAMBUCO MAIS ACESSÍVEL


Um convênio firmado entre a Biblioteca Nacional, a Academia Brasileira de Letras e o IAHGP permitiu que cerca de 30 mil páginas de documentos históricos de interesse para Pernambuco fossem digitalizados e microfilmados. Estes documentos pertencem ao acervo da Biblioteca Nacional e foram produzidos entre os séculos XVI e XIX. A iniciativa partiu do Associado Roberto Cavalcanti e foi levada a cabo com o apoio da Academia Brasileira de Letras, presidida atualmente pelo pernambucano Marco V. Vilaça. As cópias em suporte digital e em microfilmes foram entregues à Presidente do IAHGP, Dra. Margarida Cantarelli, em solenidade realizada no Rio de Janeiro no passado dia 30 de agosto. Também foi produzido um catálogo dos documentos. Em breve será possível consultar todo este material no IAHGP e on-line pelo site da instituição.

Atenciosamente,
Equipe IAHGP

Acesse: http://www.institutoarqueologico.com.br/