quarta-feira, 3 de novembro de 2010

MOURA DO PORTAL, TEU LEGADO FOI LEGAL



A cidade do Cabo vem compondo-se a cada dia num novo cenário demográfico

Econômico e cultural. Recebemos famílias inteiras, homens trabalhadores atraídos por um oásis industrial. Boas ou não, todas as oportunidades de empregos, a verdade é que viramos uma verdadeira ímã. Brasileiros de diversas regiões são atraídos em busca da felicidade e do mínimo de conforto e estabilidade.

São novos sotaques, crenças e valores se incorporando ao que chamaremos dentro em breve de o novo Cabo de Santo Agostinho.

Moura foi um desses “imigrantes” que aqui aportou. Paulista, instalou-se como micro empresário no Loteamento Cidade Garapu e logo deixou claro que aqui chegou para fazer trocas. Não apenas a do seu suor pelas grades e janelas que majestosamente, no ofício de ferrreiro, confeccionava, mas como cidadão que compreende seu papel logo quando chega ao mundo, esteja onde estiver, como são os de consciência cosmopolita. Como são os que têm clareza de suas missões.

O vi, o li e o acompanhei em alguns momentos. Sou testemunha do seu compromisso com lutas em defesa dos que mais precisam, e que as vezes apenas precisam apenas de uma voz. Moura foi em muitas ocasiões essa voz que denunciou atos e comportamentos que feriram a vida em seus valores materiais e espirituais. E foi além, participava e se entregava de corpo e alma.

Moura tinha a curiosidade de uma criança, a energia de um adolescente, a sagacidade de um adulto e a serenidade de um idoso, que o fez impar, polêmico, corajoso, denunciante, questionador...

Ele foi um desses novos filhos que enxergou nossa cidade como mulher, como mãe, como Santa Maria de La Consolácion, que merece respeito, defesa e proteção. Agora, entregou seu corpo a nossa terra e sua alma para Deus, sem vácuo, pois que seu legado deixa um exemplo de amor por uma cidade que também aprendeu a amá-lo.

Até breve Moura.

Jairo Lima é membro da Academia Cabense de Letras

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