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Este é um espaço criado especialmente para você, que é amante do Cabo de Santo Agostinho, uma cidade com tantas contradições, mas que seu povo com suas lutas, sempre foi referência de destaque no cenário estadual e nacional. Vamos afrontar o nosso poeta Gabriel Dourado que certa feita recitou: "uma cidade com tantas histórias sem nenhuma prá contar". É com prazer que convido a todos, para juntos, contarmos essa história. Sejam bem vindos... Antonino Júnior
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
BOAS FESTAS NO RECIFE
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
AS OBRAS DE SANTO AGOSTINHO
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
REVOLTADO
REVOLTADO
Theo Silva
(1941)
Olhando a vida, indiferente a tudo,
Eu vou viver d’agora por diante,
Como um cipreste solitário e mudo
À margem de um riacho soluçante.
Como um grito perdido, bem distante,
Perdido na amplidão do mundo afora,
Eu quero ser de tudo ignorante
E em nada mais acreditar agora.
Viver assim com toda indiferença.
Um pálido sorriso de descrença
Para quem me falar em piedade.
Pois se a vitória da vida é o desdém,
Esse punhal eu saberei também
Cravar no coração da humanidade.
*Theo Silva é um dos Patronos da Academia Cabense de Letras
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
IVAN MARINHO CONSOLIDA NOME NA LITERATURA PERNAMBUCANA
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
MOURA DO PORTAL, TEU LEGADO FOI LEGAL
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
PAULO ALEXANDRE DA SILVA – Um olhar sobre a poesia social, lírica, existencial
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
OS ESCRAVOS
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
CID FEIJÓ SAMPAIO
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
UMA CIDADE DE MUITAS HISTÓRIAS
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
PARA QUEM TEVE A SORTE DE TER VIVIDO O E NO RECIFE...
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
CONDE DA BOA VISTA (Francisco do Rego Barros)
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quinta-feira, 2 de setembro de 2010
SEXTA DE LETRAS
terça-feira, 31 de agosto de 2010
UM POUCO DE GABRIEL DOURADO
UM CANTO EM SURDINA
Gabriel Dourado
Cidade de minha infância,
Dos meus sonhos de rapaz,
Dos meus primeiros amores
-dize-me agora,
Aonde vais?
Cidade quase sem ruas,
Apertadinhas demais,
Cidade das boemias,
Dos verdes canaviais
(como aquelas...nunca mais!)
Terra do meu romantismo,
Dos engenhos patriarcais,
Do São João de seu Zumba,
Das loas de Inácio Pais,
Das glosas de Mergulhão,
Chico Taboca e Caju,
De seu “Vigário sem crôa”,
Dos coqueiros de Gaibu.
Cidade das serenatas,
Das cantigas ao luar,
Cidade de tanta história
Sem nenhuma prá contar...
Cidade da minha infância,
Dos verdes canaviais
-Minha cidade querida,
Dize-me agora,
Aonde vais?
MEU CAMBUCÁ
Gabriel Dourado
Eu não sonho palácios agressivos,
De colunatas de oiro
De repuxos multicores,
De frisos cintilantes
E mármores nervosos,
Nem grandeza loira de moeda esterlinas,
Nem a glória de ser grande pela vida!
Quero ser simples,
Vivo imaginando uma vida interior,
Uma existência calma,
Despreocupadamente assim,
Numa casinha,
Toda bonitinha,
Toda caiadinha,
Onde existam palmeiras no terreiro
E verbenas florindo no jardim.
Eu quero, meu amor,
Para o futuro,
Ver-te assim
Como um cambucá maduro,
Aromado e saboroso,
Bem pertinho de mim...
1939
DEZ ANOS DEPOIS
Gabriel Dourado
Vem! Dá-me a tua mão. Vamos andar
Por estas alamedas inclinadas.
Ah! Como é bom a gente recordar
Enternecido, as emoções passadas.
Aqui, repara, andamos de mãos dadas,
Tranqüilos, pensativos a sonhar.
Que saudade das nossas caminhadas,
Do teu lenço, de longe, a me acenar...
Rosas, boninas, musgos, trepadeiras,
O mesmo quadro antigo, benfasejo,
A ponte, um rio de altas ribanceiras.
Fecho os olhos, relembro a tua fala,
“a carícia emotiva do teu beijo”,
Teu vestido de renda, cor de opala...
1949
ROMANTISMO
Gabriel Dourado
Num tranqüilo subúrbio da cidade,
Floriu nossa casinha iluminada,
Casa de gente cheia de humildade,
Onde pões tua graça, Flor amada!
Por dentro vivem tuas mãos de fada
Na ternura das coisas. Sem vaidade,
Vais me dando estes cantos de alvorada,
Em vinte anos de angélica bondade.
A casa fica bem numa travessa,
Entre árvores e flores, e mais essa
Harmonia por todos nós sonhada.
Cantando andei por todo esse caminho,
Vivi meu sonho e não vivi sozinho,
Segui teus passos, sem querer mais nada.
1959
terça-feira, 24 de agosto de 2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
SEXTA DE LETRAS
terça-feira, 3 de agosto de 2010
sexta-feira, 30 de julho de 2010
FILOSOFIA DA RENASCENÇA
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sexta-feira, 2 de julho de 2010
UMA ELEIÇÃO MEMORÁVEL
sexta-feira, 21 de maio de 2010
VOTO DE APLAUSO À CASA DA MEMÓRIA
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CELINA DE HOLANDA
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sábado, 10 de abril de 2010
UMA NOITE BRILHANTE
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quinta-feira, 8 de abril de 2010
quarta-feira, 24 de março de 2010
CANÇÃO PRA NINGUÉM OUVIR
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Por Douglas Menezes
Meus filhos não lerão esta crônica. Minha mulher não lerá esta crônica, muito menos meus irmãos e amigos. Porque ela é uma canção que não interessa a ninguém ouvir. Traz apenas esse silêncio que não diz nada, e me diz tudo. Desprovida de vida sonora, despoetizada da poesia ruidosa de agora. É só um canto de quem não talvez não tenha mais nada a dizer. Ela encerra esse ciclo que preenche o ex-branco dessa página. Letras mortas, onde nem o dono se anima em vivificar. Tem inspiração. Tem sim. Na música de Chico Buarque, que “Chora notas pra ninguém ouvir”. Mas a melodia e o poema do artista é para alguém. Estes escritos, ao contrário, escondem o sentimento, é tímido, traz a manha dos que não querem se mostrar. Final de livro, uma estrada cujo destino é uma reticência ou um ponto sem saída. Nem sequer a dignidade do beco, mas a incerteza dos descaminhados. Um fechar de volume, um não abrir nunca mais. Cortina arriada, portão cerrado. Voz muda. Círculo vazio. Medo medonho de que alguém queira ouvir. Preciso, então, preencher o resto do papel. Concluir a canção. A música que não diz nada. A música tão inaudível que não possui cantor.
Chico Buarque De Holanda
Ninguém vai chegar do mar nem vai me levar daqui nem vai calar minha viola que desconsola, chora notas pra ninguém ouvir Minha voz ficou na espreita, na espera, quisera abrir meu peito, cantar feliz Preparei para você uma lua cheia e você não veio, e você não quis Meu violão ficou tão triste, pudera, quem dera abrir janelas, fazer serão".
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
CALA BOCA, CALABAR, CALA!
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Calabar, um mameluco filho de pai português e de mãe indígena, prestou um bom serviço para os invasores durante 3 anos, mas foi um tempinho arrasador para os portugueses e mazombos (leia-se brasileiros). Justiça seja feita, naquela época era normal virar a casaca, mas Calabar estava na hora, local e dia errados! E, ainda, era o Homem que Sabia Demais.
Até hoje muito se especula das razões que levaram Calabar a trair os portugueses. Era um homem inteligente e grande conhecedor da região e era brabo. Lutou ao lado do general Matias de Albuquerque, tendo sido ferido na guerra. Bem. Sabe como é que é.
Traidor pra lá, traidor pra cá, os holandeses olhavam assim de viés para Calabar, que não tava nem ai. Dizem as más línguas que ele tinha matado um mulher que estava lhe enchendo o saco cobrando pensão alimentícia.
Naquela época era enforcamento certo. Outros, piores línguas ainda, disseram que ele devia uma grana preta para os portugueses, e, como os outros invasores tinham um acordo com a Inquisição, Calabar escaferdeu-se. (sim, minha senhora, tanto portugueses como holandeses invadiram o Brasil, ou a senhora não tinha percebido?)
Mas Calabar fez aquele agá com um coronel holandês de nome esquisito (Van Waerdenburch) e o levou por caminhos tortuosos, mas Certos, a saquear Igaraçu (ou Igarassu), que era a segunda cidade mais importante de Pernambuco, por onde boa parte da riqueza de então era transportada.
Um outro coronel, Sigismund von Schoppe, viu ali uma boa oportunidade de ter um bom amigo na pessoa de Calabar, que não era assim tão calado, como se vê.
Do lado de cá, ou do lado de lá, quer dizer, dos portugueses, Matias Albuquerque ficou pê da vida com a "traição" de Calabar, e mandou dizer que tolerava outra "traição" dele, desde que agora, do lado dos portugueses, oferecendo-lhe não só o cargo de agente duplo mas também o perdão pela traição cometida e mais uns trecos aí. Acho que a proposta foi tão mesquinha que Calabar sequer dignou-se a responder, o que deixou Matias mais pê ainda.
De Itamaracá até a fortaleza dos Reis Magos (na cidade hoje de Natal), os holandeses conquistaram tudo fácil fácil, com a ajuda do falante Calabar.
E tem mais: os índios tapuias, famosos e ferozes antropófagos ficaram amigos dos flamengos (não estamos falando do time carioca, estamos falando dos holandeses, que também eram chamados de flamengos), para desgraça dos portugueses (abrindo mais um parênteses: os tapuias eram sanguinários: o cabra ainda tava vivo ainda e eles metiam um troço qualquer na barriga do sujeito, que era aberta, puxavam as tripas e o coração pra fora e deixavam o coitado gritando. Depois, era só fazer uma fogueira massa...).
O lado sul também foi conquistado graças a Calabar, como o forte do Cabo de Santo Agostinho, o que atrapalhou ainda mais a vida dos portugueses. Nessas alturas, tudo que era oficialidade graúda queria ser amigo de Calabar, para usar as informações deste e se locupletarem com as conquistas fáceis. Afinal, o mapa da mina estava com o nosso anti-herói.
O comandante Matias de Albuquerque estava desesperado com o estrago feito com a "traição" de Calabar, esquecendo que oficiais holandeses, alemães, austríacos e de outros povos também tinham passado para o lado dos portugueses. E vice-versa.
De repente, Matias de Albuquerque se lembrou que Calabar fora criado junto com um primo-irmão que agora poderia ser muito útil. De imediato, mandou chamar o parente de Calabar. Prometeu mundos e fundos, desde que, palavras textuais "que lhe faria mercê que o contentasse se pudesse matá-lo em algum ataque". Antonio Fernandes, o tal primo-irmão, nem teve tempo de cumprir a promessa. Morreu na tentativa.
Nesse ínterim, Calabar tornou-se um membro estimado, temido e respeitado no meio dos invasores, parece que até se convertendo à Igreja Católica Reformada. Tanto é verdade, que quando sua esposa teve um filhinho, durante a guerra, a criança foi batizada nessa igreja.
E a turma do puxa-saco se aproveitou: as testemunhas foram o alto conselheiro Servatius Carpentier, o coronel Sigismund von Schoppe, o coronel polonês Chrestofle Arciszewski, o almirante Jan Cornelisz Lichthart e uma senhora da alta sociedade. O pastor oficiante foi provavelmente o Rev. Daniel Schagen. Tudo nos trinques. O menino foi batizado como Domingo Fernandus, filho de Domingo Fernandus Calabara e Barbara Cardoza.
Mas nem tudo que é bom dura muito. Orientados por Calabar, os holandeses continuaram a expansão para o sul e, em março de 1635, atacaram Porto Calvo, a terra natal de... Calabar. Debandada geral. A cidade rendida, quem conseguiu fugir, se mandou para o sul.
O Arraial de Bom Jesus, comandado por Matias de Albuquerque, ficou isolado. A maior miséria. Depois de três meses, o Arraial também caiu. Matias também fugiu para o sul acompanhado de 7 mil moradores que preferiram fugir a se submeterem aos holandeses.
No meio do caminho não tinha uma pedra, e sim Porto Calvo. Matias chegou com aquela galera enorme na pequena cidade de Alagoas (que ainda era território de Pernambuco), que nessa altura estava defendida por apenas 500 homens comandados pelo Major Picard. Matias atacou a cidade, que teve que pedir condições de se render.
Picard, que sabia das coisas, sacou logo que tinha um problemão nas mãos: Calabar. E tentou salvá-lo, conseguindo apenas que ele ficaria "à mercê d'el-rei". Para bom entendedor, meia palavra basta!
Não deu outra: rapidamente foi constituído um tribunal militar, com a sentença de morte pronta (igual ao que fizeram com Frei Caneca). Bastava apenas a formalidade do julgamento. E, no dia 22 de julho de 1635, a sentença foi executada - perdão, Calabar foi executado, cujo corpo sequer foi enterrado. Ficou por ali mesmo.
Os portugueses, que não eram bestas, se mandaram. Comandados por Matias de Albuquerque, fugiram dois dias antes da chegada de uma grande tropa de holandeses que ficaram enfurecidos quando viram os restos mortais de Calabar; afinal este era compadre e amigo dos comandantes que ali estavam, os coronéis Sigismund e Arciszweski (tu ia gosta de ver teu amigo e compadre de noitadas, ali, no chão, morto e fedendo, sem direito a sepultura, ia, ia!?). E assim Calabar foi enterrado com honras militares.
Finalmente calaram a boca de Calabar.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
HISTÓRIA DO CARNAVAL
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Claudia M. de Assis Rocha Lima
Pesquisadora
ORIGEM DO CARNAVAL
Dez mil anos antes de Cristo, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita. As origens do carnaval têm sido buscadas nas mais antigas celebrações da humanidade, tais como as Festas Egípcias que homenageavam a deusa Isis e ao Touro Apis. Os gregos festejavam com grandiosidade nas Festas Lupercais e Saturnais a celebração da volta da primavera, que simbolizava o Renascer da Natureza. Mas num ponto todos concordavam, as grandes festas, como o carnaval, estão associadas a fenômenos astronômicos e a ciclos naturais. O carnaval se caracteriza por festas, divertimentos públicos, bailes de máscaras e manifestações folclóricas. Na Europa, os mais famosos carnavais foram ou são: os de Paris, Veneza, Munique e Roma, seguidos de Nápoles, Florença e Nice.
CARNAVAL NO BRASIL
O carnaval foi chamado de Entrudo por influência dos portugueses da Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde, que trouxeram a brincadeira de loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, no ano de 1723, surgindo depois as batalhas de confetes e serpentinas. No Brasil, o carnaval é festejado tradicionalmente no sábado, domingo, segunda e terça-feira anteriores aos quarentas dias que vão da quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa. Na Bahia, é comemorado também na quinta-feira da terceira semana da Quaresma, mudando de nome para Micareta. Esta festa deu origem a várias outras em estados do Nordeste, todas com características baianas, com a presença indispensável dos Trios Elétricos e são realizadas no decorrer do ano; em Fortaleza realiza-se o Fortal; em Natal, o Carnatal; em João Pessoa, a Micaroa; em Campina Grande, a Micarande; em Maceió, o Carnaval Fest; em Caruaru, o Micarú; no Recife, o Recifolia, já extinto.
CARNAVAL NO RECIFE
Século XVII - De acordo com as antigas tradições, mais ou menos em fins do século XVII, existiam as Companhias de Carregadores de Açúcar e as Companhias de Carregadores de Mercadorias. Essas companhias geralmente se reuniam para estabelecer acordo no modo de realizar alguns festejos, principalmente para a Festa de Reis. Esta massa de trabalhadores era constituída, em sua maioria, de pessoas da raça negra, livres ou escravos, que suspendiam suas tarefas a partir do dia anterior à festa de Reis. Reuniam-se cedo, formando cortejos que consistia de caixões de madeira carregados pelo grupo festejante e, sentado sobre ele uma pessoa conduzindo uma bandeira. Caminhavam improvisando cantigas em ritmo de marcha, e os foguetes eram ouvidos em grande parte da cidade.
Século XVIII - Os Maracatus de Baque Virado ou Maracatus de Nação Africana, surgiram particularmente a partir do século XVIII. Melo Morais Filho, escritor do século passado, no seu livro Festas e Tradições Populares, descreve uma Coroação de um Rei Negro, em 1742. Pereira da Costa, à página 215 do seu livro, Folk-lore Pernambucano, transcreve um documento relativo à coroação do primeiro Rei do Congo, realizada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, da Paróquia da Boa Vista, na cidade do Recife. Os primeiros registros destas cerimônias de coroação, datam da segunda metade deste século nos adros das igrejas do Recife, Olinda, Igarassu e Itamaracá, no estado e Pernambuco, promovidas pelas irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito.
Século XIX - Depois da abolição da escravatura, em 1888, os patrões e autoridades da época permitiram que surgissem as primeiras agremiações carnavalescas, formadas por operários urbanos nos antigos bairros comerciais. Supõe-se que as festas dos Reis Magos serviram de inspiração para a animação do carnaval recifense. De acordo com informações de pessoas antigas que participaram desses carnavais, possivelmente o primeiro clube que apareceu foi o dos Caiadores. Sua sede ficava na Rua do Bom Jesus e foi fundador, entre outros, um português de nome Antônio Valente. Na terça-feira de carnaval à tarde o clube comparecia à Matriz de São José, tocando uma linda marcha carnavalesca e os sócios levando nas mãos baldes, latas de tinta, escadinhas e varas com pincéis, subiam os degraus da igreja e caiavam (pintavam), simbolicamente. Outros Clubes existiam no bairro do Recife: Xaxadores, Canequinhas Japonesas, Marujos do Ocidente e Toureiros de Santo Antônio.
Século XX - O carnaval do Recife era composto de diversas sociedades carnavalescas e recreativas, entre todas destacava-se o Clube Internacional, chamado clube dos ricos, tinha sua sede na Rua da Aurora, no Palácio das Águias. A Tuna Portuguesa, hoje Clube Português, tinha sua sede na Rua do Imperador. A Charanga do Recife, sociedade musical e recreativa, com sede na Avenida Marquês de Olinda e a Recreativa Juventude, agremiação que reunia em seus salões a mocidade do bairro de São José. O carnaval do início deste século era realizado nas ruas da Concórdia, Imperatriz e Nova, onde desfilavam papangus e máscaras de fronhas (fronhas rendadas enfiadas na cabeça e saias da cintura para baixo e outra por sobre os ombros), esses mascarados sempre se apresentavam em grupos. Nesses tempos, o Recife não conhecia eletricidade, a iluminação pública eram lampiões queimando gás carbônico. Os transportes nos dias de carnaval vinham superlotados dos subúrbios para a cidade. As linhas eram feitas pelos trens da Great Western e Trilhos Urbanos do Recife, chamados maxambombas, que traziam os foliões da Várzea, Dois Irmãos, Arraial, Beberibe e Olinda. A Companhia de Ferro Carril, com bondes puxados a burros, trazia foliões de Afogados, Madalena e Encruzilhada. Os clubes que se apresentaram entre 1904 e 1912 foram os seguintes: Cavalheiros de Satanás, Caras Duras, Filhos da Candinha e U.P.M.; este último criado como pilhéria aos homens que não tinham mais virilidade.