quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

JOAQUIM NABUCO, UM IDEALISTA


"Para o Inglês, se a liberdade é o grande atributo do homem, se ele a sente como o desenvolvimento da personalidade, a ordem é a verdadeira arquitetura social. Ele compreende e penetra a grandeza do sistema que se perpetua mais do que a das revoluções, ao contrário do latino, que pode viver e ser feliz em um solo político oscilante sujeito aos terremotos contínuos. Daí para ele o amor à lei e a simpatia, interesse, carinho mesmo, pela autoridade encarregada de executá – la, daí; também o prestigio do juiz, a popularidade das sentenças que aterrorizam o criminoso, ao contrário das facilidades que este encontra nos países onde decai o instinto de conservação."

“(...) que não tocasse na natureza, que respeitasse o intrincado, o selvático, o inesperado de tudo aquilo, porque aquela desordem era infinitamente superior ao que a arte pudesse tentar... Ele achava a mais pobre e árida natureza mais bela do que os jardins de Salústio ou de Luiz XIV.” (Nabuco, 2004, p. 183).

“(...) o nosso interesse pelas coisas públicas é tanto menor quanto mais de perto nos concerne. (...) Os negócios do município nos interessarão a todos menos que os da Província, os da Província, menos do que o da Política em geral” (Nabuco, 2004, p. 180).

“Demais, eu me convenci de que os partidos, os homens, as instituições rivais em uma mesma sociedade hão de ter o mesmo nível, como líquidos em vasos que se comunicam; de que o pessoal político é um só, os idealistas, os ultras, de cada lado sendo imperceptíveis minorias; por último, de minha inaptidão para lidar com o elemento pessoal, de que dependem em política quase todos os resultados... ” (Nabuco, 2004, p. 188).

(Araújo de, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco, Minha Formação – Editora Martin Claret. Ed. 2004. São Paulo.)

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